Chamou atenção a publicação em diário oficial da prefeitura de Rio Grande da Serra, da contratação da empresa Sags Facilities, por pouco mais de R$ 210 mil, com dispensa de licitação.
Por Marcio Prado – Peninha
Quartel General das empresas suspeitas? – Foto: Câmara de Rio Grande da Serra
A empresa, criada em 2021, ano em que foi denunciada por Gabriel Campagnolli, ex-assessor do então presidente da Câmara Municipal de Rio Grande da Serra, Charles Fumagalli, irmão da atual prefeita de Rio Grande da Serra, Penha Fumagalli que, agora em 2023, contratou a mesma empresa sem licitação, por R$ 210.400,00, para roçagem das praças e canteiros da cidade.
A DENUNCIA
Na época da denúncia, Gabriel Campgnolli, que se permitiu gravar e o depoimento foi registrado em cartório, por meio de Ata Notarial, contou que a empresa Sags Facilities foi contratada por Charles Fumagalli para prestar serviços na Câmara Municipal, juntamente com outras duas empresas, cujo três faziam “jogadas” casadas para favorecer sempre uma delas.
Dos crimes denunciados por Gabriel Campagnolli, um deles aponta que as empresas não entregavam os serviços contratados, porém, recebiam pelo contrato para, em seguida, devolver o dinheiro público ao então presidente da Câmara, que ficava encarregado de distribuir entre os vereadores da base do governo. Na época, apenas quatro vereadores não estavam na base do governo, Marcelo Akira, José Carlos, Roberto Contador e Elias policial.
IMPRENSA JÁ HAVIA NOTADO ALGO ESTRANHO
Em fevereiro de 2022, em reportagem, o Diário do Grande ABC questionou uma licitação da Câmara de Mauá, onde a mesma empresa, Sags Facilities, venceu a concorrência de cerca de R$ 4,5 milhóes, concorrendo com as mesmas parceiras que aparecem em Rio Grande da Serra: a MCS Corporation e A&G Soluções.
Vale dizer que, a Sags Facilities, antes era uma loja de roupas de Carapicuíba, com pouca estrutura, para em 2021, mantendo a mesma proprietária, se mudou de um bairro de classe social baixa para um luxuoso endereço em Alphaville e logo depois para outro luxuoso endereço corporativo em Osasco. Porém, ao vencer a licitação milionária de Mauá, apresentou-se dividindo um endereço de Coworking em Mauá, se mudando em seguida para uma sala simples em Ribeirão Pires, na avenida Francisco Monteiro.
CONCORRÊNCIAS ILEGAIS?
Em novembro de 2021, as três empresas concorreram entre si na Câmara Municipal de Holambra, ficando habilitada a MCS Corporation. Por algum motivo, ainda assim, segundo o Tribunal de Contas, não houve empenho registado em nome da MCS.
Mas, a concentração das ações das três empresas no ABC paulista chama atenção, principalmente em Rio Grande da Serra, onde as três possuem contrato, pois todas elas possuem sede em Osasco, mas, além da licitação vencida em Mauá e Rio Grande da Serra, a Sags Facilities venceu outra na Câmara de São Bernardo do Campo, de R$ 6,5 milhões e a A&G Soluções venceu na Câmara de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
A relação entre as três empresas levanta várias suspeitas, a primeira delas é a presença de um operador, que em Holambra assinou a ata de licitação como representante da MCS Corporation, Edinaldo, que aparece na denúncia de Gabriel Campagnolli como sendo marido da proprietária da Sags Facilities.
Após apuração, outra coincidência, ambos foram donos de loja de moda feminina sob o mesmo nome de fantasia: D’Lua.
As suspeitas aumentam quando, na apuração, é possível verificar que duas das empresas, a MCS Corporation e A&G Soluções tem ligação com o mesmo escritório de contabilidade, a Shallon Contabilidade, também de Osasco e. Juntamente a isso, encorpando os indícios, há o fato dos dois donos – Murilo da MCS e Alan da A&G – terem residência no mesmo quarteirão, praticamente vizinhos, com as empresas abertas na mesma época e atuando nas mesmas concorrências.
Por último, estranhamente, a A&G Soluções possui endereço da sua Sede no mesmo endereço residencial da proprietária da sua concorrente de licitações, Sabrina Alves Gomes da Silva, dona da Sags Facilities.
INVESTIGAÇÃO E ESCLARECIMENTO DOS FATOS
Será necessário a apuração da participação das empresas e a relação entre seus integrantes, através das autoridades e por meio das casas legislativas de Holambra, Rio Grande da Serra, Mauá, São Bernardo do Campo e Ribeirão Pires.
Marcio Prado - Peninha | Jornalismo Sério 